A sexta-feira 13 é conhecida mundialmente por ser associada a azar, mortes e eventos horríveis. Essa lenda de que o dia traz má sorte é resultado de uma mistura de várias culturas, incluindo a numerologia da cultura cristã, a mitologia nórdica e até acontecimentos da Idade Média.
A Origem da Superstição
A numerologia atribui significados profundos aos números, e no universo mágico de Harry Potter isso não é diferente. Na aritmância, os números são essenciais para poções, feitiços e até para prever o futuro. O número 13, em particular, carrega um forte simbolismo de inconstância e azar, pois é uma alternância entre o número 1 (individualidade) e o número 3 (criatividade), sendo que a soma dos dois resulta no número 4, que simboliza estabilidade. Portanto, o 13 é visto como um número que perturba essa harmonia.
Na mitologia nórdica, o número 13 também representa desgraça. Uma das lendas conta que a deusa Freya, associada ao amor e à sexta-feira, se sentiu traída quando os nórdicos começaram a se converter ao cristianismo. Como vingança, ela se reunia com 12 bruxas e um demônio (somando 13) em todas as sextas-feiras, amaldiçoando os convertidos. A simbologia do número 13 foi fortemente incorporada pela cultura ocidental, inclusive nas obras de J.K. Rowling.
O Número 13 em Harry Potter
J.K. Rowling utilizou a superstição em torno do número 13 em diversos momentos da saga, muitas vezes sem que os leitores percebessem de imediato. Um exemplo claro disso é o almoço de Natal em Hogwarts em 1993. No Grande Salão, 12 pessoas estavam sentadas até que Dumbledore convidou a professora Sibila Trelawney para se juntar a eles. Trelawney, uma grande crente em superstições, recusou inicialmente, afirmando que onde se sentam 13 pessoas, o primeiro a se levantar seria o primeiro a morrer. Dumbledore, no entanto, insistiu, e Trelawney cedeu. O que ninguém sabia era que já havia 13 pessoas ali – Perebas, o rato de Rony, que na verdade era Pedro Pettigrew disfarçado. O primeiro a morrer desse grupo foi Alvo Dumbledore, que se levantou para buscar a cadeira para Trelawney.
Outras Ocorrências Notáveis
Sirius Black – Em 1995, no Largo Grimmauld, durante uma reunião da Ordem da Fênix, estavam presentes 13 pessoas. Durante uma discussão acalorada com Molly Weasley, Sirius se levantou. Ele foi o primeiro a morrer desse grupo, cumprindo a superstição.
Alastor Moody – No resgate de Harry Potter da Rua dos Alfeneiros, em 1997, a Ordem da Fênix chegou com 13 membros. Alastor Moody foi o primeiro a ser morto na Batalha dos Sete Potters. Mais tarde, após a batalha, na casa dos Weasley, Lupin foi o primeiro a se levantar durante uma reunião de 13 pessoas, e ele também foi o primeiro a morrer na Batalha de Hogwarts.
Bartô Crouch Jr. – Bartô Crouch Jr. foi capturado 13 anos após sua fuga de Azkaban, em 1995. Ele teve um papel crucial no retorno de Voldemort, causando a morte de Cedrico Diggory.
Voldemort – Após a queda de Voldemort em 1981, ele retornou à sua forma física 13 anos depois, em 1995, marcando seu retorno ao poder. Esse ciclo de 13 anos também conecta seu destino à superstição do número.
Pedro Pettigrew – Ao trair os Potter, Pedro matou 13 trouxas para simular sua morte, uma ação que resultou na condenação de Sirius Black por assassinato.
Embora pareça coincidência, J.K. Rowling aproveitou o simbolismo do número 13 para pontuar momentos chave na saga Harry Potter, adicionando uma camada a mais de misticismo e superstição. A maldição dos 13, que muitas vezes passa despercebida, revela um padrão interessante de fatalidades e eventos cruciais ao longo da série. Assim, Alastor Moody, Alvo Dumbledore, Sirius Black, Remus Lupin, Bartô Crouch Jr., Voldemort e muitos outros personagens acabaram ligados, direta ou indiretamente, por esse número.
Afinal, em um mundo onde magia, números e destino se entrelaçam, coincidências raramente são apenas coincidências.
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